segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um dos movimentos da Igreja católica,rcc


Renovação Carismática Cristã
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A Igreja, ao longo de sua história, tem presenciado o surgimento de muitos "despertares" e movimentos de “renovação”. Como observa o conceituado teólogo Heribert Mühlen, em muitos deles “irrompe assim, novamente, a vitalidade pentecostal da Igreja, e isso de um modo nunca previsto”.
O "século da Igreja", como foi muitas vezes definido o século XX, já se iniciará sob o signo de uma necessidade: o desejo da presença criadora e libertadora do Espírito.
Em 9 de maio de 1897, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica Divinum Illud Munus, sobre o Espírito Santo, "lamentando que o Espírito Santo fosse pouco conhecido e apreciado, concita o povo a uma devoção ao Espírito". A leitura, os sermões e livros sobre este documento influenciarão muitas pessoas, estimulando também um número importante de estudos sobre o papel do Espírito Santo na Igreja.
Passadas algumas décadas e convocado solenemente no dia 25 de dezembro de 1961, através da Constituição Apostólica Humanae Salutis, a vida da Igreja contemporânea ficará profundamente marcada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965).
Superando a fase apologética defensiva contra o mundo moderno, teve o Concílio o mérito de recolher e direcionar vozes proféticas do século XIX, que buscaram redescobrir a integridade e o ministério da Igreja, bem como movimentos na primeira metade do século XX, entre eles: Movimento Litúrgico, Movimento Bíblico, Movimento Ecumênico, etc., e que traziam um desejo comum: "renovar a vida da Igreja e dos batizados a partir de um retorno às origens cristãs".
Para seu promotor, o Papa João XXIII, o Concílio deveria ser uma "abertura de janelas" para que um "ar novo e fresco" renovasse a Igreja.
Depois de quatro etapas conciliares, o Papa Paulo VI encerrou o Concílio Ecumênico Vaticano II em uma cerimônia ao ar livre, na Praça de São Pedro, no dia 8 de dezembro de 1965.
Tendo também sido qualificado como o Concílio do Espírito Santo, "O Vaticano II foi um verdadeiro Pentecostes como o mesmo João XXIII havia desejado e ardentemente pedido” e, embora a dimensão carismática jamais deixasse de existir na realidade e na consciência eclesial, sobretudo na Lumen Gentium, em seu primeiro capítulo, o Vaticano II nos torna manifesto esta realidade não como algo secundário, mas como fundamental. Segundo este documento a Igreja é intrinsecamente carismática.
O Concílio Vaticano II não vê nenhum motivo para que se estabeleça uma oposição entre "carisma" e "ministério" ou "carisma" e "instituição"; tal como as instituições e os ministérios, os carismas são realidades igualmente essenciais para a Igreja. O Concílio consegue, assim, superar as antigas impostações dicotômicas que predominaram no campo teológico por vários anos e recupera o equilíbrio salutar da eclesiologia: o Espírito guia a Igreja e a "unifica na comunhão e no ministério; dota-a e dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos" (LG 4).
Na perspectiva do Cardeal Suenens, João XXIII estava consciente de que a Igreja necessitava de um novo pentecostes e acrescenta: “Agora, olhando para trás, podemos dizer que o concílio, indicando a sua fé no carisma, fez um gesto profético e preparou os cristãos para acolher a Renovação Carismática que está se espalhando por todos os cinco continentes”.
Na compreensão que tem de si, a Renovação Carismática se percebe como um acontecimento estreitamente vinculado ao Concílio:
A Renovação Carismática apareceu na Igreja Católica no momento em que se começava a procurar caminhos para pôr em prática a renovação da Igreja, desejada, ordenada e inaugurada pelo Concílio Vaticano II.
Não se havia passado um ano sequer ao término do Concílio, quando em 1966 começou a despontar o fenômeno religioso chamado agora Renovação Carismática .
Não sendo, pois, um acontecimento isolado, podemos localizar a Renovação Carismática como um dos desdobramentos da evolução da espiritualidade pós-conciliar.
A Renovação Carismática Católica é uma graça com várias manifestações na Igreja Católica, de caráter mundial, mas não uniforme, nem unificado, não possuindo um fundador particular, nem um grupo de fundadores. É uma graça de Deus para a Igreja, surgida a partir do Concílio Vaticano II, como um novo Pentecostes.
As primeiras manifestações deste novo Pentecostes na igreja, a partir do Concílio Vaticano II, aconteceram com um grupo de fiéis católicos leigos, no famoso “ final de semana “ de Duquesne, uma universidade dos estados unidos, no ano de 1967, espalhando-se a seguir, rapidamente, em diversos lugares do mundo, experimentando-se e redescobrindo-se uma nova efusão do espírito santo, com seus dons e carismas.
“A Renovação no Espírito – comenta Pe. Congar – não é somente uma moda. seus frutos se percebem de imediato: trata-se de uma forte ação espiritual que transforma vidas. Não somente um “re-avivamento”, mas uma verdadeira “renovação”, um rejuvenescimento, um frescor, uma atualização de possibilidades novas que surgem na Igreja sempre e sempre nova”.
A Renovação Carismática Católica, através do Escritório Internacional (ICCRS), tem seus estatutos de serviço, reconhecidos pela santa sé, por meio do decreto nº 1.565/93 AIC-73 “Oficium Consilium Pro Laicis“, conforme o Cânon 116, do código de direito canônico.
A Renovação Carismática Católica, como Igreja, está em profunda comunhão com o papa, buscando a redescoberta da presença e ação do espírito, que age na igreja, quer sacramentalmente, sobretudo mediante a confirmação, quer através de múltiplos carismas , cargos e ministérios por ele suscitados para o bem dela propiciando assim a seus membros uma constante e progressiva renovação espiritual.
É um modelo de relações flexíveis, a nível internacional, nacional, estadual e diocesano.
A nível internacional é representada pelo Escritório Internacional (ICCRS), com sede em Roma, formado por representantes de todos os continentes. A nível nacional é representada pelo Conselho Nacional, formado pelos coordenadores estaduais de todos os estados do Brasil.
A nível estadual é representada pelo Conselho Estadual, formado pelos coordenadores de todas as dioceses do Estado. A nível diocesano é representada pelo Conselho Diocesano, formado pelos coordenadores de todos os grupos de oração da diocese, e em alguns casos pelos seus respectivos representantes.

E finalmente chegamos aos grupos de oração, o mais importante e eficaz instrumento da Renovação Carismática Católica, para levar todos à uma nova efusão do Espírito Santo e a uma profunda experiência e vivência do amor de Deus. O grupo de oração, de freqüência semanal, é constituído pelo coordenador do grupo e pelos demais membros que constituem o núcleo de servos do grupo, mantenedores incansáveis da nossa identidade carismática.

O que é Grupo de Oração?

O Grupo de Oração é a célula fundamental da Renovação Carismática Católica, é a expressão máxima e principal da RCC, tendo três momentos distintos: núcleo de serviço, reunião de oração e grupo de perseverança.
Podemos também definir Grupo de Oração como sendo uma comunidade carismática que cultiva a oração, a partilha e todos os outros aspectos da vivência do Evangelho, a partir da experiência do batismo no Espírito Santo. Trata-se de uma reunião semanal na qual um grupo de fiéis coloca-se diante de Jesus, sob a ação do Espírito Santo, para louvar e glorificar a Deus, participar dos dons divinos e edificar-se mutuamente.
O grupo de oração da RCC não deve esquecer, obviamente, de sua identidade carismática. Os outros grupos dentro de outras experiências são importantes para a Igreja e para as pessoas, mas o Grupo de Oração carismático tem características próprias: Batismo do Espírito Santo e o uso dos Carismas.
Cada Grupo de Oração precisa ser, na Igreja e no mundo, rosto e memória de Pentecostes, assumir a responsabilidade pela transformação da nossa cultura, criando não só na Igreja, mas no mundo todo, uma cultura de Pentecostes através da qual todos busquem a construção do Reino de Deus. A vivência dessa vocação da Renovação Carismática pede uma consagração sincera de cada um de nós, sem reservas, mantendo a perseverança até nossa Páscoa definitiva.
Um Grupo de Oração cumpre bem sua missão quando seus integrantes vivem plenamente a vida de oração, pessoal e comunitária, aliada à formação, guardiã dos carismas.



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